sábado, 22 de janeiro de 2011

T3 - Lavra Subterrânea

Curso Técnico de Mineração

TOMO III
LAVRA SUBTERRÂNEA





Prof: Luciano Pena

TOMO III

LAVRA SUBTERRÂNEA


Capítulo I

Métodos de Lavra Subterrânea



1. ABERTURAS SUBTERRÂNEAS

Aberturas com desenvolvimento linear

Poços: verticais, inclinados
Rampas: produção, exploratória
Galerias: Horizontais - túneis, cabeceiras, travessas
Inclinados ou verticais - Raises de ventilação, passagens de minério ou estéril, passagens de pessoal.


Aberturas com desenvolvimento em volume

Alargamentos ou realces - extração de minério
Câmaras para utilidades diversas - silos, salas de máquinas, oficinas...



2. PRINCÍPIOS DE LAVRA SUBTERRÂNEA

Abandono de Pilares: Estes métodos têm como reforço principal das encaixantes os pilares de rocha constituídos por minério ou estéril quando possível. Existem diversos tipos de pilares estruturais, os mais comuns são: Sill Pillar (Pilar de base), Crown Pillar (Pilar de teto) e Rib Pillar (Pilar lateral ou vertical).

Enchimento: Os métodos que utilizam deste princípio são porque possuem encaixantes de qualidade ruins e necessitam de um preenchimento das escavações das áreas de lavra (onde foi retirado o minério). Os principais tipos de enchimento são:

Back Fill: Enchimento hidráulico a base de rejeito deslamado da planta de beneficiamento. É introduzido na mina por tubulação e logo após drenado para adquirir a resistência necessária para suportar as encaixantes e movimentação de equipamento sobre ele.

Paste Fill: Enchimento hidráulico a base de rejeito da planta de beneficiamento com adição de cimento Portland (comum). É introduzido na mina por tubulação e não necessita de desaguamento para adquirir a resistência necessária para suportar as encaixantes ou movimentação de equipamentos.


Desenho esquemático de acessos e atividades de uma mina subterrânea (Cortesia Atlas Copco)

Rock Fill: Enchimento a base de rocha estéril desmontada das frentes de desenvolvimento. Este tipo de enchimento é transportado para os locais de destino através de carregadeiras e ou caminhões, sendo basculado no local e logo após espalhado por equipamentos novamente.

Abatimento Controlado do Teto: Estes métodos aplicam o conceito de redistribuição das tensões. Necessitam de rochas com características específicas para sofrerem abatimento logo após a lavra. O abatimento do teto e das encaixantes atua como enchimento das cavidades subterrâneas fazendo o reforço das encaixantes.

3. CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE LAVRA SUBTERRÂNEA

Alargamentos Auto-Suportantes (ou com suportes naturais):

Lavra por Recalque (Shrinkage Stoping);
Lavra por Subníveis (Sublevel Stoping);
Lavra por Câmaras e Pilares (Room and Pillar);


Alargamentos Suportados (ou com suportes artificiais):

Lavra por Corte e Enchimento (Cut and Fill);
Lavra por Long Wall;


Alargamentos Abatidos:

Abatimento por Subníveis (Sublevel Caving);
Abatimento em Blocos (Block Caving);

4. ANÁLISE DOS MÉTODOS DE LAVRA

Roteiro geral para análise dos métodos de lavra subterrânea:

Características gerais;

Condições de aplicação;

Tipos de depósito;

Mergulho do corpo;

Características geomecânicas: minério e encaixantes;

Forma do corpo;

Valor unitário;

Lavra e produção;

Arranjo geral das frentes de desmonte;

Equipamentos;

Produtividade;

Custo unitário;

Seletividade;

Diluição;

Recuperação

Segurança;

5. MÉTODOS DE LAVRA

5.1. LAVRA POR REALCE ABERTO (OPEN STOPING)



Características Gerais

Pertencente a categoria dos Alargamentos Auto-Suportantes.
Minério desmontado é totalmente transportado.
Qualidade do minério depende da estabilidade do maciço.
Sempre deve ser mantida uma condição segura do teto, para execução das operações de perfuração e detonação.
Sempre haverá uma face livre para o desmonte.

Condições de aplicação do método

Tipos de depósito: Veios, camadas ou maciços.

Mergulho do corpo: Médio à forte, (deve permitir o escoamento por gravidade do minério).

Características Geomecânicas;

Minério: Quanto às características geomecânicas o método é bem flexível.
Encaixantes: Não devem ser muito friáveis para minimizar a diluição do minério.

Forma do corpo: Não há restrições quanto a forma do corpo, porém para corpos irregulares pode-se recupera menos ou diluir mais.

Valor unitário do minério: Não há restrições, porém se o valor unitário for muito alto, deve-se deixar menos pilares ou aumentar a diluição, o que for mais econômico e seguro para as operações.

Lavra e produção

Arranjo geral das frentes de lavra;


Desmonte com face plana (“Flat back stope”) vertical ou ligeiramente inclinada (>= 80º, com a horizontal) para o fundo da galeria: Desmonta-se uma tira por vez, de uma extremidade a outra do corpo de minério.


5.2. LAVRA POR SUBNÍVEIS (SUBLEVEL STOPING)

Características principais

Pertencente a categoria dos Alargamentos Auto-Suportantes.
Método desenvolvido especialmente para utilizar equipamentos de furação longa. Operações totalmente mecanizadas.
A furação é feita a partir de subníveis igualmente espaçados, que vão sendo lavrados, o minério não permanece armazenado nos realces, sendo escoado imediatamente após o desmonte dos blocos.
Na Lavra por Subníveis a furação é vertical (ascendente ou descendente), não existe furação frontal.

Condições de aplicação do método:

Tipos de depósito: Veios, camadas e maciços.

Mergulho do corpo: Médio à forte (deve permitir que o minério escoe por gravidade).

Características Geomecânicas;

Minério: O método é bastante flexível.
Encaixantes: Não devem ser muito friáveis para não causar diluição.

Forma corpo: Não há restrições, porém para corpos irregulares recupera-se menos.

Valor unitário do minério: Idem ao método de Recalque.

Lavra e Produção

Arranjo geral das frentes de desmonte: Na Lavra por Subníveis usam-se normalmente três tipos de arranjo:

Desmonte com face plana: Mais segurança, maior consumo de explosivos (uma face livre).


Desmonte com faces escalonadas normais: Mais segura para rochas com características geomecânicas instáveis, menor consumo de explosivos (duas faces livres).

















Desmonte com faces escalonadas invertidas: só deve ser aplicado se as características geomecânicas da rocha permitirem, neste caso, o gasto de explosivos é reduzido (duas faces livres), porém as lajes ficam em balanço.























Equipamentos;

Perfuração: Método desenvolvido para equipamentos de furos longos;
A furação pode ser vertical (ascendente ou descendente) paralela, em leque ou radial.

Ex: Perfuratrizes montadas em chassi portátil (furação paralela), ou, fan drill (furação em leque) e ring drill (furação radial).

Carregamento e Transporte:


Chutes (descarga direta).......Caminhão


Carregadeiras frontal.............Caminhão


LHD.....................................Caminhão
LHD


Produtividade: Método de alta produtividade, devido a mecanização das operações.

Custo unitário de lavra: Baixo, devido a alta produtividade.

Seletividade: Método pouco seletivo.

Diluição: Os fatores que mais causam a diluição são os mesmos do método de Recalque.

Recuperação: A única parte do que não é recuperada é aquela que constitui a estrutura de sustentação.

Segurança: Deve-se atender as especificações geomecânicas para desmonte com face escalonada, e evitar exposição de operários ao realce. Como medida de segurança utiliza-se carregadeiras de controle remoto.



5.3. LAVRA POR CORTE E ATERRO (CUT AND FILL)

Características gerais

Pertencente a categoria dos Alargamentos Suportados. O minério é desmontado em tiras do teto e a plataforma de trabalho é o enchimento estéril, que serve também como sustentação permanente das encaixantes. O enchimento pode ser mecânico ou hidráulico:

Enchimento mecânico
Feito através de máquinas, com o estéril do desenvolvimento da mina, ou material de empréstimo, quando o estéril não é suficiente.

Enchimento hidráulico
Feito com auxílio hidráulico. Existem dois tipos básicos. Em ambos o material utilizado, geralmente é o rejeito da usina de beneficiamento, que retorna ao interior da mina por meio de caminhões ou tubulações com destino ao interior dos realces.
“Back fill”: O material é classificado, para retirada das partículas finas (lama), propiciando uma drenagem mais eficiente do material a ser consolidado, alcançando assim as características específicas para fornecer a sustentação das encaixantes e/ou servir como plataforma de trabalho.
“Paste fill”: O material não adquire as características especificadas apenas com a drenagem, sendo necessário a adição de agregados (cimento, escórias, etc) para promover o aumento da resistência e reduzir o tempo de cura do material a ser consolidado.


Condições de aplicação do método

Tipos de depósito: Veios, camadas e maciços.

Mergulho do corpo: Não há restrições ao mergulho do corpo. Pois existem arranjos possíveis p/ corpos de mergulho fraco à forte.

Características geomecânicas;

Minério: Não há restrições.
Encaixantes: Não há restrições.

Forma do corpo: O método não cria restrições a forma do corpo, para vãos muito grandes, pode-se deixar pilares intermediários de minério ou artificiais, para promover a sustentação.
Para veios muito estreitos deve-se ter abertura mínima para a operação dos equipamentos de lavra.

Valor unitário do minério: O método de corte e enchimento possibilita uma maior recuperação da reserva, porém acrescenta os custos de enchimento.
Este método deve ser utilizado para minérios de alto valor unitário que pagam a operação de enchimento e representam perdas significativas quando não são recuperados.

Lavra e Produção

Arranjo geral das frentes de desmonte: Utilizam-se os mesmos arranjos da Lavra por Recalque (Shrinkage Stoping).
Desmonte com face plana (“flat back stope”);
Desmonte com face estagiada (“stepped back stope”);
Desmonte com face corrida (“rill stope”);

Equipamentos;

Perfuração: Utiliza-se perfuratrizes manuais para baixas taxas de produção. Para altas taxas, utilizam-se perfuratrizes sobre coluna de avanço, ou jumbos de desenvolvimento.

Carregamento / Transporte:

Chutes (descarga direta).............................Caminhão


Carregadeira Frontal.....................................Caminhão


LHD.............................................................Caminhão



Produtividade: Método de produtividade moderada, quando comparado ao método de subníveis, pois a operação de enchimento representa uma operação a mais que algumas vezes é feita com os próprios equipamentos da lavra.

Custo unitário de lavra: O custo unitário é mais alto quando comparado com outros métodos, devido aos custos da operação de enchimento.

Seletividade: O método permite abandonar blocos estéreis, para serem utilizados como enchimento.

Diluição: Os fatores que mais causam a diluição são: furação mal feita, “overbreak” e retirada do material de enchimento das plataformas de trabalho.

Recuperação: O método apresenta altas recuperações, pois os vazios são compensados pelo enchimento.

Segurança: O método garante a sustentação da estrutura através do enchimento, e estruturas de sustentação (Pilares) possibilitando a formação de vãos com alturas menores.





5.3.1. MANUAL

Características Gerais

Pertencente a categoria dos alargamentos suportados.
Minério desmontado é totalmente transportado.
Qualidade do minério depende da estabilidade do maciço.
Sempre deve ser mantida uma condição segura do teto, para execução das operações de perfuração e detonação.
Sempre haverá duas faces livres para o desmonte.

Condições de aplicação do método

Tipos de depósito: Veios, camadas ou maciços.

Mergulho do corpo: Médio à forte, (não necessita o escoamento por gravidade do minério).

Características Geomecânicas;

Minério: Quanto às características geomecânicas o método é bem flexível.
Encaixantes: Não devem ser muito friáveis para minimizar a diluição do minério.
Necessário a estabilidade do teto.

Forma do corpo: Não há restrições quanto à forma do corpo, porém para corpos irregulares pode-se recuperar menos ou diluir mais. Tetos muito largos perdem a estabilidade.

Valor unitário do minério: Não há restrições, porém pode-se deixar pilares ou aumentar a diluição, o que for mais econômico e seguro para as operações.

Lavra e produção

Arranjo geral das frentes de lavra;


Desmonte com face plana (“Flat back stope”) vertical ou ligeiramente inclinada (>= 80º, com a horizontal) para o fundo da galeria: Desmonta-se uma tira por vez, de uma extremidade a outra do corpo de minério.




5.3.2. MECANIZADO POR TIRAS

Características Gerais

Pertencente a categoria dos alargamentos suportados.
Minério desmontado é totalmente transportado.
Qualidade do minério depende da estabilidade do maciço.
Sempre deve ser mantida uma condição segura do teto, para execução das operações de perfuração e detonação.
Sempre haverá duas faces livres para o desmonte.

Condições de aplicação do método

Tipos de depósito: Veios, camadas ou maciços.

Mergulho do corpo: Médio à forte, (não necessita o escoamento por gravidade do minério).

Características Geomecânicas;

Minério: Quanto às características geomecânicas o método é bem flexível.
Encaixantes: Não devem ser muito friáveis para minimizar a diluição do minério.
Necessário a estabilidade do teto.

Forma do corpo: Não há restrições quanto à forma do corpo, porém para corpos irregulares pode-se recuperar menos ou diluir mais. Tetos muito largos perdem a estabilidade.

Valor unitário do minério: Não há restrições, porém pode-se deixar pilares ou aumentar a diluição, o que for mais econômico e seguro para as operações.

Lavra e produção

Arranjo geral das frentes de lavra;


Desmonte com face plana (“Flat back stope”) vertical ou ligeiramente inclinada (>= 80º, com a horizontal) para o fundo da galeria: Desmonta-se uma tira por vez, de uma extremidade a outra do corpo de minério.





5.3.3. MECANIZADO POR SUBNÍVEIS

Características Gerais

Pertencente a categoria dos alargamentos suportados.
Minério desmontado é totalmente transportado.
Qualidade do minério depende da estabilidade do maciço.
Sempre deve ser mantida uma condição segura do teto, para execução das operações de perfuração e detonação.
Sempre haverá duas faces livres para o desmonte.

Condições de aplicação do método

Tipos de depósito: Veios, camadas ou maciços.

Mergulho do corpo: Médio à forte, (necessita o escoamento por gravidade do minério).

Características Geomecânicas;

Minério: Quanto às características geomecânicas o método é bem flexível.
Encaixantes: Não devem ser muito friáveis para minimizar a diluição do minério.
Necessário a estabilidade do teto.

Forma do corpo: Não há restrições quanto à forma do corpo, porém para corpos irregulares pode-se recuperar menos ou diluir mais. Tetos muito largos perdem a estabilidade.

Valor unitário do minério: Não há restrições, porém pode-se deixar pilares ou aumentar a diluição, o que for mais econômico e seguro para as operações.

Lavra e produção

Arranjo geral das frentes de lavra;


Desmonte com face plana (“Flat back stope”) vertical ou ligeiramente inclinada (>= 80º, com a horizontal) para o fundo da galeria: Desmonta-se uma tira por vez, de uma extremidade a outra do corpo de minério.



5.4. LAVRA POR RECALQUE (SHRINKAGE STOPING)

Características Gerais

Pertencente a categoria dos alargamentos suportados.
Minério desmontado é armazenado no realce ao invés de ser totalmente transportado.
Minério armazenado tem função estrutural (estabilidade do maciço), e também funciona como plataforma de trabalho.
Desta forma, sempre deve ser mantida uma certa distância entre teto e plataforma de trabalho, para execução das operações de perfuração e detonação e servir como face livre para o desmonte.
Para manter tal distância, retira-se uma quantidade de minério igual ao empolamento do material desmontado.

Condições de aplicação do método

Tipos de depósito: Veios, camadas ou maciços.

Mergulho do corpo: Médio à forte, (deve permitir o escoamento por gravidade do minério).

Características Geomecânicas;

Minério: Quanto as características geomecânicas o método é bem flexível.
Encaixantes: Não devem ser muito friável para minimizar a diluição do minério.

Forma do corpo: Não há restrições quanto a forma do corpo, porém para corpos irregulares recupera-se menos.

Valor unitário do minério: Não há restrições, porém se o valor unitário for muito alto, deve-se utilizar algum método de enchimento, pois o valor paga a operação de enchimento (maior recuperação).

Lavra e produção

Arranjo geral das frentes de lavra;


Desmonte com face plana (“Flat back stope”): Desmonta-se uma tira por vez, de uma extremidade a outra do corpo de minério.























Desmonte com face estagiada (“Stepped back stope”): Desmonta-se várias tiras por vez, têm-se mais faces livres e por conseqüência menor consumo de explosivo.






Desmonte com face corrida ou inclinada (“Rill stope”): Desmonte de tiras inclinadas, uma ou mais por vez.



Equipamentos;

Perfuração: Inicialmente é difícil mecanizar a operação de perfuração, pois a plataforma de trabalho é o próprio minério desmontado.
Os equipamentos mais utilizados são as perfuratrizes manuais Stopper e Jack-Leg; Nesse caso homens e equipamentos trabalham no interior dos realces/blocos de lavra. Atualmente pode ser utilizada uma variação, em que equipamentos mais modernos e produtivos de perfuração permanecem fora das frentes de desmonte.

Carregamento/Transporte: Podem ser utilizadas várias combinações;

Chutes (descarga direta)...........Caminhão

Carregadeiras frontais.............Caminhão


LHD........................................LHD
Caminhão

Produtividade: Produtividade fica comprometida se houver falta de mecanização das operações de perfuração e desmonte.

Custo unitário de lavra: Intermediário entre os métodos de lavra subterrânea.

Seletividade: Exitem métodos para retirada de bolsões de estéril, tornando a lavra seletiva, mas o processo é trabalhoso.

Diluição: Os fatores que mais causam contaminação são: furação mal feita, “overbreak’s”, atrito do minério ao escoar no interior dos realces e desplacamento das encaixantes no final de vida dos realces.

Recuperação: As partes que não são recuperadas são aquelas que constituem a estrutura de segurança.

Segurança: O método garante a estabilidade através do minério desmontado nos realces, que têm função estrutural. Fatores que podem provocar acidentes:desplacamento de minério do teto do realce (quando operadores trabalham no interior dos mesmos), e não escoamento do minério nos chutes (engaiolamento).


5.5. LAVRA POR ABATIMENTO DE BLOCOS

Características gerais

Pertencente a categoria dos Alargamentos Não Suportados .
O minério é abatido de forma natural do teto.


Dimensionamento dos Pilares

Os principais parâmetros de dimensionamento de pilares verticais estão relacionados com o vão escavado (largura, comprimento e altura). Existem outros parâmetros tais como qualidade do maciço rochoso, estruturas presentes nas rochas. A escavação pode ser preenchida ou não após a retirada do minério, mas isso não é fator condicionante para continuidade da lavra.
As características técnicas de dimensionamento a serem consideradas são: geometria do corpo (largura, altura e comprimento), condições geomecânicas do minério e encaixantes.


Condições de aplicação do método:

Tipos de depósito: Veios, camadas e maciços de espessuras variáveis ou constantes

Mergulho do corpo: Existem restrições ao mergulho do corpo. Corpos com mergulho alto são exigidos. Características geomecânicas;

Minério: Tem de ser fraturado e permitir quedas de blocos.
Encaixantes: Adequado que sejam auto-suportantes.

Forma do corpo: Deve ser vertical ou de grande espessura
Valor unitário do minério: Este método pode ser utilizado para minérios de valores unitários de baixo a alto, devido ao baixo custo de produção, principalmente perfuração e desmonte. Este método proporciona alta produtividade.

Lavra e Produção

Equipamentos

Perfuração: Utilizam-se perfuratrizes para furação e detonação de grandes blocos que impedem o escoamento do minério.

Valores médios.
Carregamento / Transporte:

Chutes (descarga direta).............................Caminhão


Carregadeira Frontal.....................................Caminhão


LHD.............................................................Caminhão



Produtividade: Método de alta produtividade devido a uma baixa taxa de desmonte por fogo. Não tem ciclos operacionais para perfuração, desmonte, carregamento e transporte. Para altas produções o método requer poucas frentes de trabalho.

Custo unitário de lavra: O custo unitário é mais baixo quando comparado com outros métodos, devido a alta produtividade.

Seletividade: O método não é seletivo, pois não permite abandonar blocos estéreis durante a queda dos blocos.

Diluição: Este método não permite controle de diluição.

Recuperação: O método apresenta alta taxa de recuperação, pois não deixa pilares.

Obs.: Recuperação = Reserva lavrável / Reserva geológica

Segurança: O método garante segurança dos operadores nas galerias de acesso.








5.6. LAVRA POR CÂMARAS E PILARES (ROOM AND PILLAR)

Características gerais

Pertencente a categoria dos Alargamentos Suportados (ou com suportes naturais).
O minério é desmontado em avanços frontais. De acordo com o avanço da lavra são abandonados pilares estruturais (Rib Pillars/ Pilares verticais) em locais previamente determinados que têm a função de estruturar as encaixantes.


Dimensionamento dos Pilares

Os principais parâmetros de dimensionamento de pilares verticais estão relacionados com o vão escavado (largura, comprimento e altura). Existem outros parâmetros tais como qualidade do maciço rochoso, estruturas presentes nas rochas e associação com os suportes selecionados e se a escavação será preenchida ou não após a retirada do minério.
As características técnicas de dimensionamento a serem consideradas são: geometria dos pilares, seção (largura x comprimento) e altura dos pilares.
O projeto de pilares de um determinado nível de lavra deve ser executado antes da lavra, sendo necessário por algumas vezes uma relocação deste para maior aproveitamento da lavra. Este procedimento ocorre devido a uma melhor informação de campo do minério, que não pôde ser obtida durante as pesquisas de detalhamento.
Ainda deve ser considerada a necessidade de suporte para reforço dos pilares, em situações onde ocorram fraturas, falhamentos, juntas e/ou outras estruturas que por algum motivo possam a vir causar algum tipo de desestruturação da estrutura dimensionada.
Este procedimento permite que a lavra por câmaras e pilares torne-se extremamente seletiva.


Classificação dos pilares:

Naturais: são constituídos pelo abandono de rochas mineralizadas ou estéreis do maciço escavado.

Artificiais: constituídos de estruturas metálicas ou de madeira (fogueiras). São instalados e fabricados sob medida de acordo com o dimensionamento prévio.

Condições de aplicação do método:

Tipos de depósito: Veios, camadas e maciços de espessuras variáveis ou constantes

Mergulho do corpo: Existem restrições ao mergulho do corpo. Corpos com mergulho baixo são adequados. Para mergulhos fortes (acima de 40º aproximadamente) os pilares tornam-se altos e tendem a ter menor estabilidade e dificuldade de verticalização centralizada.

Características geomecânicas;

Minério: Não há restrições.
Encaixantes: Não há restrições.

Forma do corpo: O método não cria restrições a forma do corpo, para vãos muito grandes, deixam-se pilares intermediários de minério ou artificiais, para promover a sustentação, em trechos de pouca espessura a lavra ocorre sem abandono de pilares.

Valor unitário do minério: Este método deve ser utilizado para minérios de valores unitários médio a baixo, devido ao abandono de pilares, ou em situações onde a geomecânica estabeleça a necessidade desta metodologia.

Lavra e Produção

Arranjo geral das frentes de desmonte:

Desmonte com face plana (“flat back stope”) com perfuração para desmonte frontal ou ascendente.

Equipamentos

Perfuração: Utiliza-se perfuratrizes manuais para baixas taxas de produção. Para taxas maiores, utilizam-se perfuratrizes sobre coluna de avanço, ou jumbos de desenvolvimento.
Neste método a perfuração é sempre frontal ou ascendente de comprimento curto.
Obs.: Perfuratrizes manuais: 1m e 2,4m / Jumbos: entre 2,4m e 5,5 m.

Valores médios.
Carregamento / Transporte:

Chutes (descarga direta).............................Caminhão


Carregadeira Frontal.....................................Caminhão


LHD.............................................................Caminhão



Produtividade: Método de produtividade moderada, quando comparado ao método de subníveis, pois a perfuração curta representa uma baixa taxa de desmonte por fogo. Para altas produções o método requer muitas frentes de trabalho (desmonte).

Custo unitário de lavra: O custo unitário é mais alto quando comparado com outros métodos, devido a baixa produtividade.

Seletividade: O método é o mais seletivo, pois permite abandonar blocos estéreis durante a relocação de pilares durante a fase de lavra.

Diluição: Método considerado de baixa diluição. Os fatores que mais causam a diluição são: furação mal feita e “overbreak”.

Recuperação: O método apresenta baixa taxa de recuperação, pois os pilares representam perda de reserva.

Obs.: Recuperação = Reserva lavrável / Reserva geológica

Segurança: O método garante através dos pilares boa sustentação, possibilitando a formação de vãos menores, porém existe a desvantagem da operação de lavra acontecer dentro dos realces expondo os mineiros a queda de blocos do teto.



Capítulo II

Ciclos Operacionais (ou operações unitárias)





















1. CARACTERÍSTICAS DOS CICLOS OPERACIONAIS

Pela própria definição os ciclos operacionais precisam ser fechados ao longo de um ou mais turnos. É importante notar que cada ciclo demanda um tempo de execução e uma seqüência pré-definida. Esta seqüência não deve ser alterada sob pena de prejudicar a operação posterior.

Alguns tempos são definidos por lei, como é o caso de ventilação que deve ser de uma hora entre a detonação e a reentrada da turma. Outros são definidos levando-se em consideração volume das operações, porte dos equipamentos, tempo de deslocamento, etc.

O tempo máximo utilizado, comumente, na frente de serviço é de seis horas. Para um dia de trabalho, são três turnos, ou seja, dezoito horas por dia. Outras seis horas são divididas em três períodos de duas horas cada. O intervalo entre turnos, normalmente, é utilizado para ventilação.


2. CICLOS OPERACIONAIS

Em minas subterrâneas as operações chamadas de unitárias se dividem, basicamente em:

Perfuração,
Carregamento de explosivo e detonação,
Ventilação,
Abatimento de choco,
Limpeza ou carregamento de material extraído,
Reforço de teto,
Topografia / medição,


2.2. PERFURAÇÃO

Operação responsável por perfurar a rocha proporcionando o carregamento de explosivo e posterior detonação e desmonte.


Projeto de perfuração de rampa com projeção cotada e consumo de explosivos



Projeto de perfuração de rampa com projeção cotada e seqüência de detonação





Serviços de apoio aos trabalhos de perfuração de desenvolvimento e lavra


Equipamento de perfuração para grandes seções (> 4,0 x 4,0 m2) Bit de perfuração


2.3. CARREGAMENTO DE EXPLOSIVO E DETONAÇÃO

Operação responsável por preencher os furos com explosivos e proporcionar a detonação.

2.4. VENTILAÇÃO

Operação responsável por fazer a limpeza dos gases tóxicos das frentes de serviço. O pessoal só deve retornar às atividades quando o ar estiver em condições mínimas de higiene e limpeza. Todos os níveis de tolerância devem estar atendidos.

2.5. ABATIMENTO DE CHOCO

Operação responsável por dar segurança à continuidade aos serviços posteriores. Eliminar todos blocos instáveis do teto e paredes da galeria.

2.6. LIMPEZA OU CARREGAMENTO DO MATERIAL EXTRAÍDO

Operação responsável por retirar o material da frente detonada e transportá-lo ao local adequado até seu processamento ou disponibilização comercial.

2.7. REFORÇO DE TETO

Operação responsável por garantir a estabilidade do teto e paredes através de ferramentas de suporte, garantindo segurança às operações posteriores.

2.8. TOPOGRAFIA / MEDIÇÃO

Operação responsável por orientar as operações de perfuração de rocha e medir periodicamente os trabalhos de desenvolvimento e lavra.


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